Todos os anos, o Brasil despeja cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico nos oceanos, de acordo com o relatório Fragmentos da Destruição: impacto do plástico à biodiversidade marinha brasileira, apresentado em outubro de 2024. Esse número alarmante coloca o País entre os maiores poluidores marinhos do planeta. O plástico, no entanto, não desaparece no oceano. Ele se fragmenta em partículas minúsculas conhecidas como microplásticos e retorna para o cotidiano, na água, no sal, nos peixes e até no ar. A afirmação é da diretora-executiva do Ideias e especialista em ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança em português) e sustentabilidade, Luana Romero.

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A profissional destaca que estudos recentes identificaram que cada pessoa consome, em média, cinco gramas de microplástico por semana, o equivalente a um cartão de crédito. “Se nada mudar, até 2050 poderemos ter mais plástico do que peixes nos oceanos. A poluição plástica é silenciosa, mas devastadora. Ela ameaça a vida marinha, contamina os alimentos e impacta diretamente a nossa saúde e a dos ecossistemas” – alerta Luana.
De acordo com Luana, mais de 800 espécies marinhas já foram afetadas pela ingestão ou enroscamento em plástico. Ela enfatiza ainda que cerca de 91% do lixo encontrado em praias brasileiras é composto por plástico descartável, como copos, talheres, sacolas e canudos, e que o microplástico já foi detectado em placentas humanas, leite materno e no sangue.
Atitudes que transformam
Na opinião da diretora-executiva do Ideias e especialista em ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança em português) e sustentabilidade, Luana Romero, a mudança de comportamento com relação aos cuidados com o meio ambiente começa com a consciência. Ela defende que pequenas atitudes diárias, somadas a ações coletivas com urgência e responsabilidade, podem gerar um impacto imenso.

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“A boa notícia é que há soluções reais em andamento. Organizações, empresas e governos já investem em inovação, economia circular e novas políticas de consumo. Mas o movimento precisa crescer e também depende de cada um de nós. Nossas escolhas diárias fazem a diferença e podem impulsionar transformações maiores, começando dentro de casa, nas empresas e nas comunidades”, reforça Luana Romero.
O QUE PODEMOS FAZER?
Segundo a especialista, embora mudanças estruturais dependam de políticas públicas e transformações nas cadeias produtivas, as atitudes individuais também são fundamentais para promover a mudança. As orientações de Luana são as seguintes: dizer não aos descartáveis evitando canudos, copos e talheres plásticos; utilizar ecobags, sacolas reutilizáveis e garrafinha de água; recusar embalagens desnecessárias; usar cosméticos sem microplásticos, como alguns sabonetes e esfoliantes; separar o lixo corretamente e incentivar a coleta seletiva.
“Proteger os oceanos é proteger a nossa própria saúde, nosso clima e nosso futuro” – complementa.
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