No período de 26 de março a 3 de abril, a unidade do Sesc de São Mateus recebe a exposição Moradores da Floresta. Trata-se de um acerco com mais de 100 espécimes plastinados de animais silvestres e anatomia humana. “A exposição permite que as pessoas conheçam de perto a riqueza da nossa fauna e entendam como a ciência pode contribuir para a educação e a conscientização ambiental”, destaca o curador da exposição, professor doutor Athelson Steganon Bittencourt, coordenador do Museu de Ciências da Vida da Ufes, responsável pelo projeto.
De acordo com mensagem enviada à Rede TC de Comunicações pela Assessoria de Comunicação da Ufes, o professor Athelson afirma que o projeto tem o objetivo de levar conhecimento científico para o público de forma ível e interativa. Ele frisa que a plastinação é uma técnica inovadora de preservação de tecido biológico. Segundo o curador da exposição, a produção capixaba é pioneira no mundo.
A exposição, que já ou por diversas cidades do Espírito Santo e também em outros estados, é aberta ao público e conta ainda com programação especial para escolas. As visitas podem ser feitas entre 8h30 e 12h, e 13h30 e 17h30, com exceção de sábado: das 9h às 15h.
Segundo a Ufes, grupos de alunos podem realizar visitas pedagógicas, mediante agendamento prévio. Além disso, educadores da região terão a oportunidade de participar do Curso de Formação Continuada Potencialidades Educativas da Exposição Moradores da Floresta, que busca capacitar professores para abordarem os conteúdos da mostra em sala de aula.
EXEMPLARES ICÔNICOS
Coordenadora do laboratório de Anatomia Humana da Ufes, a professora doutora Roberta Paresque destaca que a exposição traz exemplares icônicos da biodiversidade nacional, como jaguatirica, anta e harpia, preservados por meio da técnica de plastinação, considerada a mais moderna do mundo na conservação de tecidos biológicos.
Além de proporcionar um olhar detalhado sobre a anatomia desses animais, a mostra tem um forte caráter educativo e ambiental, despertando reflexões sobre a preservação da fauna e a ciência por trás da plastinação.
E o que é plastinação de corpos?
O professor Athelson explica: “Essa é a técnica mais moderna de preservação de tecido biológico que existe. Os egípcios já faziam a mumificação há 4 mil anos, que também é uma técnica de preservação, mas nela acontece um encolhimento dos corpos, e com o tempo, insetos e outros organismos podem se alimentar daquela matéria orgânica, mesmo que seca”.
“A plastinação resolve esse problema de outra forma. Retiramos toda a água do corpo, e substituímos por algum plástico, como silicone, poliéster, epóxi –isso pode variar de acordo com a técnica usada. O plástico a por um processo de cura, e como não é biodegradável, vai preservar os corpos sem a possibilidade de ataque por microrganismos –ninguém gosta de comer plástico, né?” – brinca o professor.
Ele diz que foi preciso ir aos EUA para aprendê-la. “É a descoberta de um outro universo de conhecimento, novos sonhos e outras perspectivas de vida”.
Foto do destaque: Ufes/Divulgação