domingo, junho 8, 2025
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Santo Tomás de Aquino

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PADRE

ERNESTO

ASCIONE

 

Nascido no castelo de Roccasecca, perto de Caserta (Itália), da nobre família dos Aquinos, Tomás é a estrela que brilha no horizonte da Igreja e da humanidade. Neste ano, recorrem oitocentos anos de seu nascimento (1225-2074). Entrou na Ordem Dominicana, aos dezoito anos, contrariando a vontade paterna. Papa João Paulo II, no discurso na Unesco, em 1980, apontou Tomás como o maior filósofo e teólogo do cristianismo. Honrado com o título de Doutor angélico, é considerado o mais douto dos santos e o mais santo entre os doutos.

Filósofo e teólogo, Tomás ofereceu um válido modelo de harmonia entre razão e fé, desafiando a cultura moderna, tentada em acreditar apenas no que vê e toca. Papa João Paulo II dedicou-lhe uma Encíclica: “Fides et Ratio” (Fé e Razão). “A fé autêntica –diz o papa– não mortifica a liberdade e a razão humana: ela supõe a razão e aperfeiçoa-a, e a razão, iluminada pela fé, encontra forças para se elevar ao conhecimento de Deus e das realidades espirituais”. “Nada perde o homem –afirma, por sua vez, Santo Tomás– quando se abre à revelação divina, pois a fé exige a colaboração humana, livre e consciente; também, ela é fruto da graça divina”.

Um confronto frutuoso Tomás instaurou com o pensamento greco, sobretudo com o maior de seus filósofos, Aristóteles, e com os mestres árabes e hebraicos, a ponto de ser considerado um modelo de diálogo com as outras culturas e religiões. Acolhia a verdade, onde ela estivesse, servindo-se dela para ilustrar a fé; rejeitava toda espécie de erro, viesse donde viesse. “Toda verdade – ele afirmava– vem de Deus e toda mentira, do espírito diabólico de divisão”.

Discípulo de Santo Alberto Magno, aprendeu dele a beleza e a grandeza das Sagradas Escrituras e dos ensinamentos dos Santos Padres. Foi mestre de teologia em Paris; ensinou na corte papal e na universidade de Nápoles. Escreveu para os confrades, missionários em terras pagãs: “Summa contra Gentiles” e “Summa Teologica” – uma das mais perfeitas e penetrantes sínteses bíblico-teológicas e do ensinamento mais autêntico e profundo da Igreja. Pela festa, instituída por Papa Urbano IV, do “Corpus Christi” (1264), compôs um hino apaixonado: cheio de referências bíblicas, da presença real-corporal de Cristo na Eucaristia.

Um dia, em Nápoles, depois da Missa, o Crucifixo perante o qual costumava rezar o interpelou:” Tomás, escrevestes bem de Mim! O que quer como recompensa?”. “Nada – retrucou ele – a não ser Você!”. Via o estudo e a ciência como instrumento de santificação; a pregação como fruto de contemplação e “os sacramentos como sinais eficazes da graça, por significar e conter a graça e causar a santificação e o heroísmo”.

Advertia amavelmente: “Cuidado com o homem de um só livro”; “a humildade é o primeiro degrau da sabedoria”. “Roga a Deus, como se tudo dependesse dEle; trabalhe como se tudo dependesse de você”. No “De Symbolo Apostolorum”, mostrando as quatro notas da verdadeira Igreja de Cristo, “una, santa, católica e apostólica”, acrescentou: “perseguida”. O Concílio Vaticano IIº (1962-1965) serviu-se, abundantemente, em seus documentos, de seus ensinamentos.

Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.

 

Foto do destaque: TC Digital/Arquivo

 

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