domingo, junho 8, 2025
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Produção de mel em São Mateus deve aumentar nos próximos anos

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A apicultura tem expectativa de crescimento em São Mateus. Atualmente cerca de 30 apicultores atuam no Município, conforme dados enviados pela Secretaria Municipal de Agricultura. Entre os apicultores está o produtor Antônio Bins, que trabalha com abelhas há 18 anos.

De acordo com ele, em geral, a extração de mel começa na segunda quinzena de janeiro, por volta do dia 15, finalizando em abril. Uma nova florada surge e se estende até o final de agosto quando é feita uma nova extração.

“Esse ano de 2023 teve uma queda, por conta das fortes chuvas no final de 2022 e no comecinho do ano. O mel depende muito do clima. A abelha não consegue buscar nada com muitas chuvas. Em um ano bom, já cheguei à colher [extrair] 10 toneladas de mel” – afirma o produtor.

Segundo Antônio Bins, que tem um apiário localizado na Paulista, a produção dele já sai da propriedade envazada e é vendida no norte do Estado.

“Temos o Selo Arte, que vale em nível federal. Hoje vejo um aumento na produção de mel na região. Tem muita gente procurando. Eu faço caixas [de extração] e também vendo. Preparo cera. O pessoal está gostando de mexer com as abelhas” – reforça.

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Na opinião de Antônio, a apicultura é importante para o Município. Para ele, o valor vai além da melhora na economia. “Não existe ninguém que preserva mais a natureza que o apicultor. Ele não corta nada que é verde. Onde tem verde, tem flor, onde tem flor, tem abelha. Essa cultura ajuda todos os lados. É bom demais” – enfatiza.

Ele detalha que começou a trabalhar com abelhas há 18 anos, sem nenhuma experiência, mas cuidando sempre da qualidade do produto.

O apicultor conta que começou com oito caixas e atualmente possui 400 espalhadas por São Mateus e no limite dos municípios de Nova Venécia e Ecoporanga.

 

Município tem produção média de 20 toneladas de mel por ano

Conforme os dados enviados pela Secretaria Municipal de Agricultura, atualmente São Mateus conta com um apiário que possui registro municipal e Selo Arte, que é um certificado de identidade e qualidade que possibilita o comércio nacional de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal. Além disso, existe uma associação de apicultores em funcionamento que receberá até o final de agosto certificação para iniciar a produção e comercialização do mel.

De acordo com a Secretaria, os 30 produtores cadastrados, no auge da produção no Município, chegam a extrair 20 toneladas de mel por ano, o que gera um valor econômico da ordem de R$ 700 mil. A pasta detalha ainda que o mel produzido atualmente no Município é vendido no comércio local, em feiras, supermercados, para escolas e municípios vizinhos.

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“A produção de mel no Município proporciona uma renda extra às famílias, muitas vezes é a única fonte de renda. O mel ajuda a movimentar a economia local e a aumentar o consumo de um produto produzido aqui mesmo” – frisa a secretária de Agricultura Paloma Pancieri.

 

Conceição da Barra pode dobrar produção ainda neste ano

O município de Conceição da Barra conta com uma associação de produtores de mil desde 2014. É a Associação de Apicultores Barrense (Aapib), que concentra apicultores quilombolas, agricultores familiares e pescadores que também produzem mel. Segundo o agente de extensão em desenvolvimento rural do Incaper em Conceição da Barra, Felipe Silveira Vilasboas, é uma associação que envolve público diverso do município e também de outros vizinhos.

Agente de extensão em desenvolvimento rural do Incaper em Conceição da Barra, Felipe Silveira Vilasboas.
Foto: Divulgação

Ele detalha que no total são 26 apicultores cadastrados no município e que a produção em 2022 chegou a 5 toneladas. Segundo o agente do Incaper, esse número deve dobrar neste ano por vários motivos, como a melhoria do manejo e multiplicação dos enxames. “Ou seja, neste ano já tem um volume maior de abelhas, além do clima estar favorecendo promovendo uma florada mais abundante” – enfatiza.

O mel produzido em Conceção da Barra também é vendido para a merenda escolar e no mercado local, como padarias, mercados, consumidor final. Felipe Silveira destaca que os produtores não usam atravessadores.

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“Para algumas famílias é a principal fonte de renda. Eles participam de projetos de formação para melhorar o manejo com o produto. Nós damos acompanhamento estimulando e qualificando para a comercialização institucional e assessorando na capitação de recursos” – frisa.

De acordo com Felipe, desde 2018 a Aapib é regularizada e a partir de 2019 ganhou certificação. “É um produto com classificação e segurança”.

 

“Nem tudo são flores”

Felipe Silveira aponta que já foram identificados alguns problemas ou pontos negativos no manejo com abelhas. Cita como exemplo a necessidade de melhorar o entendimento da importância da apicultura para a agricultura como um todo.

“Nem tudo são flores. Alguns problemas que a gente verifica são produtores que ainda fazem pulverização nas áreas de café em período inadequado e é certo que onde não tem abelha polinizando na florada do café a perda da produção gira em torno de 20%. É importante a atividade da agricultura junto com a apicultura” – enfatiza.

“Outra coisa que precisa ter mais esclarecimento, comprometimento, é em relação a área florestal. Então, como trabalhar com apicultura sem as flores que as abelhas se alimentam? Se não tem flor, não mel. É necessário informar para que o setor florestal se sensibilize e comece a colocar a produção de flores como uma prioridade também para poder auxiliar na renda de quem está no entorno. A gente precisa de sensibilidade” – complementa.

 

Foto do destaque: Aldo Machado dos Santos/Divulgação

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