A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) concluiu, quinta-feira (29), a investigação que apurou a morte do empresário e agricultor Rudiomar Teixeira, de 52 anos, conhecido como Mazinho. O crime ocorreu na madrugada do dia 16 de agosto, na garagem da residência da vítima, no centro da Cidade, ao lado do cemitério local.
De acordo com as investigações, após sair para assistir a um jogo de futebol com amigos, a vítima retornou em um veículo. “Dois indivíduos aguardavam na garagem, escondidos dentro do cemitério. Ao estacionar, a vítima foi surpreendida pelos suspeitos armados. Um deles tentou invadir a casa, mas foi impedido por um portão de ferro, enquanto o outro tentou amarrar Mazinho. Ao reagir, foi alvejado com sete disparos a curta distância, atingindo principalmente tórax, costas e ouvido” – disse o titular da Delegacia de Polícia (DP) de São Gabriel da Palha, o delegado Valdimar Chieppe, em nota da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Espírito Santo.
Conforme o delegado, os suspeitos fugiram pulando o muro do cemitério, abandonando uma mochila contendo gasolina, corda, balaclava, fita e máscara, indicando intenção de roubo seguido de morte e não apenas execução.
“As investigações identificaram que, além dos dois atiradores, uma terceira e quarta pessoas participaram do crime, usando o Ford Ka para transporte. O veículo foi rastreado por câmeras e tinha características distintas, além de circular por rotas alternativas para evitar detecção. A placa verdadeira foi identificada e verificado que o carro pertencia a um homem, que o alugou para uma mulher, responsável por levar os atiradores até a residência da vítima e, após a ação criminosa, resgatá-los do local” – sustenta.
Levantamentos prévios para o crime
Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), as investigações apontaram que, um dia antes do crime, os suspeitos (uma mulher e três homens) se encontraram na cidade de São Gabriel da Palha, onde realizaram levantamentos prévios sobre o local do crime e definiram a rota de fuga. Após a coleta dessas informações, eles retornaram à cidade de Linhares e, na noite seguinte, voltaram a São Gabriel da Palha para executar o delito.
A PCES acrescenta que a mulher é investigada por outro homicídio recente, foi presa e posteriormente liberada, encontrando-se atualmente foragida. “O inquérito indicou que ela estaria envolvida em atividades criminosas relacionadas a drogas e teria alugado o carro para o crime. Testemunhas e interrogatórios indicam que a mulher conhecia a vítima e tinha relação comercial com ele, sendo Mazinho um agiota da região” – explica o delegado Valdimar Chieppe.
Impressões digitais na cena do crime
Ainda segundo a Polícia Civil, a equipe colheu impressões digitais na cena do crime, que, após exames periciais, foram identificadas como pertencentes aos possíveis autores dos disparos, ambos já indiciados pela prática do latrocínio.
A PCES reforça que foi fundamental na apuração a análise do telefone celular da mulher, apreendido e examinado pelo Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) da PCES, “que revelou importantes elementos sobre a comunicação e a logística entre os envolvidos”. Além disso, acrescenta que dados telefônicos de todos os suspeitos confirmaram a presença deles no perímetro da residência antes, durante e após o crime, momento em que fugiram para a cidade de Linhares.
O delegado Valdimar Chieppe ressaltou a importância do apoio técnico do Ciat, por meio do delegado Romualdo Gianordoli, e o empenho da equipe de policiais civis da Delegacia de São Gabriel da Palha, para a completa elucidação do crime.
Com base nas provas robustas colhidas, os envolvidos foram formalmente identificados e indiciados pela prática do crime de latrocínio, previsto no artigo 157, § 3º, inciso II, do Código Penal Brasileiro. O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para as providências cabíveis.
Foto: PCES/Divulgação