O mês missionário –celebrado todos os anos, no Brasil, desde outubro de 1972– tem como tema, neste ano: “A Igreja é missão” e como lema: “Sereis minhas testemunhas”. Papa Francisco define a missão: “A paixão por Jesus Cristo, que se transforma em compaixão pelo homem, para que ele tenha vida e vida em abundância”. E Madre Tereza: “A missão é o amor de Cristo em ação”. Os que creem em Jesus Cristo são chamados a dar o mais fabuloso dos anúncios: Deus enviou seu Filho para assumir a condição humana, elevá-la e revelar o rosto autêntico de Deus, a dignidade do homem, como sua vocação e missão.
Deus –ensina Jesus– é “Abbá”, um pai amoroso, que ama a todos –sem distinção de pessoas– não como prêmio pelo bem realizado ou por algum privilégio adquirido, mas por sua pura misericórdia. Este amor universal, gratuito e sem limites, é proposto, não imposto: ninguém é excluído dele, como ninguém é obrigado a aceitá-lo. Recusá-lo, porém, é condenar a si mesmo à insignificância eterna. Quem O aceita de coração aberto é libertado da escravidão dos ídolos deste mundo –dinheiro, poder, saber e prazer– e recebe a altíssima dignidade de filho de Deus e templo do Espírito Santo.
A Igreja, por mandato de Cristo, é chamada a anunciar a Boa Nova, “sem demora, sem repugnância e sem medo” (Papa Francisco), aos povos, que ainda não conhecem a Jesus –são mais de 3 bilhões de pessoas. Como Jesus praticou, em grau máximo, a oração e a espiritualidade do deserto e desceu à arena da vida, com suas denúncias proféticas, seu amor preferencial pelos pobres e com a fundação de uma sociedade alternativa, o Reino –granjeando o ódio da classe política e sacerdotal daquele tempo– assim, a Igreja é chamada a denunciar e anunciar o Evangelho entre “as perseguições dos homens e as alegrias de Deus”.
“Celebrar o Dia Mundial das Missões –diz ainda Papa Francisco– é reafirmar o tripé da vida cristã: oração, sacrifício e colaboração material, meios privilegiados para participar pessoal e ativamente da missão de Jesus. A caridade –expressa na coleta do terceiro domingo de outubro– destina-se a apoiar o trabalho dos missionários, por meio das Pontifícias Obras Missionárias, para elas atenderem às necessidades espirituais e materiais dos povos distantes e das jovens Igrejas. Como Maria se tornou disponível, servindo a quem mais necessitava, assim, cada discípulo de Cristo é chamado a fazer, hoje, o mesmo que ela fez”.
A coleta solidária visa ajudar as dioceses missionárias em suas necessidades materiais, como formação do clero local, catequistas, coordenadores e animadores de comunidades e sustentar os vários projetos de promoção humana e libertação e os Meios de Comunicação Social, tão importantes na obra da evangelização. “A caridade mais sublime –finaliza Papa Francisco– é, porém, o anúncio do Evangelho aos povos não-cristãos”. Cristo nos convida a ser seus discípulos-missionários no dia a dia da vida, em todos os lugares e em todas as ocasiões, e a colaborar concretamente por uma causa tão árdua e nobre.
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(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano e vigário cooperador da paróquia São José, Serra-ES.)
Foto do destaque: TC Digital