O futebol é uma paixão nacional e com os torcedores mateenses não seria diferente. O amor, iração e paixão pelos times do coração são externados nas mais variadas formas de coleção, que vão desde camisas dos times a utensílios do lar, objetos de decoração, recortes de reportagens guardados com orgulho e até tatuagem.
Natural de Nova Venécia, mas morador de São Mateus desde 1975, Renaldo Cesana, o Tuquinha, nasceu em 1963, no mesmo ano da fundação da Associação Atlética São Mateus. O comerciante e torcedor apaixonado pela Associação garante que desde que abraçou o Município como casa, sempre torceu pelo Pitbull do Norte.
“Tenho um acervo com mais de 30 mil fotos do Alvianil, e os registros são de treinos, dos bastidores, vestiários, momentos de orações e, é claro, dos jogos. Sempre me dediquei à Associação de todas as formas, ajudando até na alimentação dos jogadores” – relata Tuquinha.
Ele também conta que hoje possui cerca de 50 camisas do São Mateus, sendo que algumas foram compradas e outras foram presentes que recebeu. “Tenho até camisa autografada. Tenho camisa azul, sendo o primeiro uniforme, e também branca, sendo o nosso segundo uniforme. Sempre uso, vejo os jogos e acompanho o time” – sustenta.
Tuquinha recorda com orgulho que ele foi o único torcedor mateense que acompanhou o São Mateus no Estádio Evandro Almeida (Baenão), em Belém, quando o time disputou o jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil em 2010. “O jogo foi contra o clube do Remo, em Belém, no Pará. Perdemos por 4 a 1, mas eu estava lá na torcida. A equipe tinha o Marcelo Pelé, o Alex Gomes e vários jogadores bons” – frisa.
Além da coleção de camisas do time do coração, Tuquinha monta álbuns com recortes das reportagens, incluindo várias da Rede TC de Comunicações, que narram a história da Associação Atlética São Mateus. “Guardo as reportagens há anos num álbum. Sempre falo: quem tem foto, tem história e quem tem história, tem foto. Guardo para preservar a história” – reforça.
Influência dos avós e do pai
Carlos Henriques, morador de Guriri, funcionário público de 44 anos, tem mais camisas do Fluminense do que anos de vida. O tricolor é casado, pai de quatro filhos – que segundo ele, também torcem para o Fluminense – e assumidamente apaixonado pelo time carioca.
“Minha paixão pelo Fluminense veio de diversas formas, quando eu comecei a gostar de futebol o Fluminense tinha sido tricampeão carioca, vencendo em 1983, 1984 e 1985, além de campeão brasileiro em 1984. Era um dos maiores clubes do País e é assim até hoje. A influência também veio através dos avôs paterno e materno, e do meu pai, que torciam para o Flu” – afirma.
Carlos revela que assiste a todos os jogos pela televisão, mas sempre que possível vai ao estádio do Maracanã. Ele relata que, entre camisas licenciadas e oficiais, possui um total de 248 uniformes e reforça que a coleção não para de aumentar. Além das camisas, Carlos possui vários objetos de decoração e utensílios de casa com as cores e brasão do time do coração. Ele tem também canecas, bandeiras, copos, bonecos, fotografias e quadros. Até o freezer e a geladeira da residência são decorados com adesivos do Fluminense.
“Alguns gostam de praia, outros de ver filmes, de viajar, acampar, ler livros, ver TV e outras coisas. Eu ocupo meu tempo com Deus em primeiro lugar, família, amigos verdadeiros, meu trabalho e coisas relacionadas ao Fluminense. Jogos, vídeos, entrevistas, matérias e até músicas. O Fluminense é minha vida, meu orgulho, meu amor” – pontua.
Paixão marcada na pele
O professor de Geografia e comerciante Aquiles Alcântara Vieira Fideles, de 34 anos, é natural de Mutum, em Minas Gerais, mas reside no Espírito Santo desde 2010. Atualmente, o torcedor do Rio Branco, de Cariacica, mora no balneário de Guriri. No ano ado, ele fixou na pele, por meio de uma tatuagem, o amor pelo Brancão, após o time conquistar mais uma premiação. A tatuagem feita na panturrilha trata-se de um brasão do time dentro do mapa do Espírito Santo. “Para mostrar para todo mundo que o futebol capixaba ainda existe” – justifica Aquiles.
“Sempre gostei de futebol. Antes de morar no Espírito Santo, eu torcia para o Vitória, da Bahia. Sempre gostei de vivenciar o futebol e aqui no Estado tive essa oportunidade. Quando me mudei, morei em Serra Sede e fui a vários jogos, assisti aos jogos do Serra, da Desportiva e do Rio Branco. Na época, em 2010, o Rio Branco tinha acabado de ser campeão e a torcida estava inflada. Com isso, acabei primeiro me apaixonando pela torcida Comando Alvinegro e depois adotei o Rio Branco como time do coração, que até hoje é o único” – detalha.
Segundo Aquiles, no período da faculdade ele ia em quase todos os jogos, inclusive quando as partidas eram no interior do Estado. Ele recorda que em 2017, sofreu um acidente e, por isso, ficou afastado do trabalho até 2021. “Nesse tempo, perdi apenas um jogo [do Rio Branco], que foi contra o Santa Cruz, em Recife. Agora que voltei a trabalhar, fica um pouco mais corrido, mas quando o jogo bate com a minha folga, consigo acompanhar, principalmente aqui na região, como em Jaguaré, Nova Venécia e Pinheiros” – enfatiza.
Presença confirmada na semifinal do Capixabão
Aquiles ressalta que, neste sábado (23), vai aproveitar a folga para prestigiar o Rio Branco no segundo jogo da semifinal do Capixabão. O time enfrenta a Desportiva, no Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica, a partir das 17h. Para o clássico decisivo, Aquiles aposta no placar de 1 a 0 para o time do coração.
“Como eu sou mineiro e torço para o Rio Branco, as pessoas não conseguem compreender que, mesmo com os times mineiros de relevância, eu vivenciei e vivo o futebol capixaba. Já fui até diretor de torcida organizada. Recentemente, contei as camisas que tenho e a soma chegou a 54, mas tenho algumas emprestadas, sem muita esperança de receber de volta [risos]” – diz o rio-branquense.
O mineiro também confidencia que torcer para o Rio Banco é a escolha mais certa da vida, por ser um time acolhedor. “É uma gratificação muito grande torcer por um time capixaba, principalmente pelo Rio Branco, por ser o maior time do Estado, com a maior torcida e quantidade de títulos. Sem dúvidas, é o maior em todos os requisitos” – finaliza o apaixonado torcedor.
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