Por
Wellington Prado
Repórter
As chuvas são sempre bem-vindas no meio rural. Porém, uma das consequências deste período de muitos dias chuvosos na região tem sido o atraso na colheita do café conilon, conforme relatam à Rede TC de Comunicações produtores de Jaguaré e de São Mateus. Eles acreditam que a colheita iniciada oficialmente em maio pode se estender até o fim de julho.
“A colheita continua um pouco atrasada devido ao tempo, às chuvas. Automaticamente, a colheita termina no final de junho para início de julho. Mas está meio atrasada devido às chuvas. Eu acredito que a safra do conilon, em geral, está em 50%”, sustenta o produtor rural e empresário do ramo de compra e venda de café em Jaguaré, Germano Polez. Apesar de indicar o risco de perda de caroço com o atraso, ele ressalta que há o ganho na natureza. “Ela tira de um lado para dar de outro”, pondera.

Foto: Alexandre Biancardi/Divulgação
Ao citar que há uma dificuldade também com a oferta de mão de obra, o presidente do Sindicato Rural de Jaguaré, Gedson Geraldo Salarolli afirma que um fator para o atraso na colheita é a consequência do atual período chuvoso na região. “Nós precisamos da chuva, só que agora está atrapalhando a colheita. Então a gente vai até o final de julho com a colheita, com certeza” – sustenta.
Presidente do Sindicato Rural de São Mateus, Renilto Quinquim Correia também constata atraso na colheita em decorrência das chuvas. Contudo, ele frisa que a chuva é bem-vinda pelos agricultores e, mesmo com atraso, a colheita está controlada. “Tem atraso, mas a gente agradece a Deus pelas chuvas”, reforça.
Como está a mão de obra na colheita?
Um dos pontos mais discutidos nos períodos de colheita do café conilon é a mão de obra. Para o produtor e empresário Germano Polez, de Jaguaré, a oferta de mão de obra está razoável, “está tendo mão de obra”.
Germano explica que, devido à mecanização que avança em Jaguaré, a mão de obra está controlada. Ele detalha que os trabalhadores da colheita manual têm recebido, em média, de R$ 30 a R$ 35 por saca de café (60kg), dependendo da lavoura.

Foto: Divulgação
Presidente do Sindicato Rural de São Mateus, Renilto Correia também tem a mesma constatação de Germano sobre a mão de obra na colheita. “Pelo que tenho visto aqui, creio que está mais ou menos dentro dos padrões. Tem a mecanização e com isso vai diminuindo as pessoas no [trabalho] manual e vai sobrando mais gente” – frisa. Ele salienta que pode ter algum produtor que tenha dificuldade na mão de obra, mas estima que essa situação não deve chegar a atingir 10% do total de cafeicultores do Município.

Foto: Divulgação
Renilto também aponta uma variação no valor pago aos trabalhadores, de R$ 30 a R$ 35 reais por saca do grão. No entanto, acredita que, dependendo da lavoura, esse valor pode ser maior.
MECANIZAÇÃO
Renilto frisa que ainda não possui um levantamento sobre a quantidade de lavouras que utilizam máquinas em São Mateus. Mas ele cita que são usadas no campo tanto a colhedora que corta os cachos e joga os grãos de café em uma lona plástica, quanto uma máquina que faz a colheita totalmente automatizada.
“Se você for trabalhar na colheita manual, se o cara que tem 40 homens trabalhando, na máquina, aquela que joga na lona, vai precisar de 10 a 12 pessoas”, explica.
Presidente do Sindicato de Jaguaré destaca dificuldade na mão de obra na colheita
Presidente do Sindicato Rural de Jaguaré, Gedson Geraldo Salarolli aponta uma escassez de mão de obra no município. Conforme explica, há exigências para que os produtores assinem a Carteira de Trabalho, mas afirma que está difícil encontrar trabalhadores para a colheita.

Foto: Divulgação
Diante desse cenário, Gedson acredita que esse fator também contribui para atrasar a colheita. Ele acrescenta que a falta de mão de obra atinge ainda fornecedores dos produtores. “Vários secadores estão precisando de lenha, tem vários secadores parados porque não têm lenha. A lenha estava R$ 100, o produtor está pagando R$ 200 e nem a R$ 200 consegue a lenha. Porque o cara da lenha fala que tem a lenha, mas não tem a mão de obra para carregar o caminhão” – reforça.
Gedson afirma que foram preenchidas no máximo 50% das vagas de trabalhadores da cafeicultura em Jaguaré. “Muita gente traz [trabalhadores] da Bahia e assim mesmo está difícil”, diz. O presidente do Sindicato Rural de Jaguaré frisa que na colheita que utiliza máquina que deposita o café na lona estão sendo pagos R$ 1, R$ 1,20 ou até R$ 1,50 por pé, dependendo do espaçamento. Nos casos de colheita manual, ele salienta que está sendo pago ao trabalhador o valor de R$ 30 a R$ 35 por saca, conforme a lavoura.
MECANIZAÇÃO
O presidente do Sindicato Rural de Jaguaré pontua avanços na mecanização nas lavouras jaguarenses. Conforme estima, o processo de colheita totalmente mecanizado é utilizado por cerca de 10% dos cafeicultores enquanto a colheita parcialmente mecanizada está presente em aproximadamente 60% das propriedades. Já a colheita manual, para Gedson, representa ainda 30% da cafeicultura no município.
Foto do destaque: Alexandre Biancardi/Divulgação