domingo, junho 8, 2025
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Há um ano sem fumar, mateense afirma que chegou a ter ‘ressaca de cigarro’ quando tinha o hábito

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A TRANCISTA JULIANA VIEIRA FOI FUMANTE ATIVA POR SETE ANOS E REVELA OS MOTIVOS, DESAFIOS E BENEFÍCIOS OBTIDOS APÓS ABANDONAR O CIGARRO

 

Por

Tatiana Milanez

Repórter

 

São Mateus – O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado hoje, 31 de maio, foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Neste ano, Sem Cigarro, Mais Vida é o tema da campanha do Ministério da Saúde que visa conscientizar a população sobre os riscos que os cigarros trazem para os usuários. Ex-fumante ativa, a mateense Juliana Vieira revela que durante os sete anos que fez uso de tabaco chegou a ter ‘ressaca de cigarro’, que, de acordo com ela, é uma sensação de nojo após fumar mais do que o habitual.

Formada em Direito, a trancista Juliana, moradora do Bairro Ideal, detalha que se reconheceu como fumante em 2017, quando estava no último ano da graduação. “Nesse período, comecei a comprar carteira de cigarro, ter em casa e fumar no dia a dia. Foi uma falsa válvula de escape, um momento para relaxar. Percebi que era fumante quando o hábito estava no meu cotidiano. Tinha cigarro na bolsa e se precisasse ficar muito tempo em algum lugar, saía do espaço para fumar. Nesse início, eu tinha vergonha das pessoas me verem fumando, então sempre me afastava. Quando percebi que não tinha mais vergonha, entendi que era eu fumante de fato” – afirma.

Juliana ressalta que foram aproximadamente sete anos usando tabaco. “Aconteceram coisas que eu nem sabia que era possível, como, por exemplo, a ressaca de cigarro. Quando fumava muito, no pós [momento após praticar o ato], sentia nojo de fumar, mas quando ava essa ressaca, eu voltava. Esse ciclo me cansou. E comecei a pensar em parar de fumar, mas nada de colocar o plano em ação” – enfatiza.

Juliana Vieira: “Se começar [a tentar largar o cigarro] e retroceder, é só não desistir. Eu fiquei dois anos ensaiando até dar certo. É possível”. -Foto: Divulgação

Os desafios para abandonar o vício

 

São Mateus – Segundo Juliana, foram dois anos de tentativas até conseguir parar de fumar. Ela salienta que primeiro reduziu a quantidade de cigarros por dia, deixando de fumar em casa, além de não fumar nos dias de semana. “Álcool era o meu gatilho, por um período fumava nos finais de semana quando consumia bebida alcoólica, depois acabei voltando para a rotina de fumante de todos os dias” – enfatiza.

“Na virada de [ano] de 2023 para 2024, prometi que não fumaria mais e não funcionou. Mas em 21 de abril [de 2024], um domingo, estava em um evento e decidi que não ia comprar cigarro naquela semana. Na segunda-feira [22 de abril de 2024], tinha um palito de cigarro do dia anterior. Lembro que quebrei ele, joguei fora e, desde aquele dia, não fumei mais. Graças a Deus. Recentemente, eu dei um trago num cigarro, de curiosidade, e quase vomitei. Foi um nojo enorme. Não me faz falta” – reforça.

A OMS criou o Dia Mundial Sem Tabaco em 1987 para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. -Foto: Freepik/Divulgação

Decisão de parar levou a um bem-estar

 

São Mateus – De acordo com Juliana, as mudanças na rotina e sensação de bem-estar não demoraram para aparecer. Ela recorda que teve sensações com sabores e cheiros, ando a sentir o gosto dos alimentos e a sentir os cheiros de forma mais acentuada. “O corpo, com o tempo, vai se reestruturando. A respiração ao praticar atividade física melhorou, com o tempo senti o corpo mais resistente ao esforço físico” – salienta.

Hoje, aos 31 anos, Juliana atesta que estabelecer algumas metas é primordial para deixar o vício em tabaco. “Eu parei de fumar dentro de casa, tentei não fumar durante a semana. E ficar sem beber para mim fez muita diferença. Foram seis meses sem consumir álcool porque era o meu gatilho. Tudo o que me proporcionava a vontade de fumar, precisei cortar da minha vida. Evitei lugares e pessoas para não fraquejar porque eu não queria errar. Se começar e retroceder, é só não desistir. Eu fiquei dois anos ensaiando até dar certo. É possível”. – complementa.

 

Ajuda do SUS para deixar o cigarro

 

Brasília – No Brasil, 9,3% da população brasileira –19,6 milhões de pessoas– se declararam fumantes, com prevalência maior entre os homens (11,7%) do que entre as mulheres (7,2%), conforme dados da Pesquisa Vigitel 2023.

Para mudar essa realidade, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento gratuito para a dependência da nicotina em todo o País. O atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde e inclui acompanhamento profissional, orientação individual e em grupo, além da oferta de medicamentos.

O Ministério da Saúde detalha que, entre os recursos disponíveis, estão a terapia de reposição de nicotina, com adesivos transdérmicos e goma de mascar, e o cloridrato de bupropiona, medicamento que auxilia no processo de cessação do tabagismo. Para iniciar o tratamento, basta procurar a unidade de saúde mais próxima. (Com informações do Ministério da Saúde)

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