O Espírito Santo tem a perspectiva de produzir neste ano quase 15 milhões de sacas de café, conforme destacou nesta terça-feira (16) o governador em exercício Ricardo Ferraço. Ele participou em Jaguaré da abertura oficial da colheita do conilon no Estado, que o maior produtor nacional do grão.
De acordo com levantamento da safra 2023 feito pela Conab em janeiro, o Estado deve colher 11.460.000 sacas de café conilon neste ano, além de outras 3.093.000 de sacas de arábica.
Segundo a Conab, a expectativa é de redução de 13% na produção em relação à safra anterior, “causada pelo longo período de estiagem, aliado às baixas temperaturas e ano de baixa bienalidade, sobretudo, no arábica”.
A redução de conilon está prevista em 7,3% e a de arábica deve ficar em 29,1% abaixo do volume colhido na última safra. Em 2022, a safra foi considerada uma das maiores de todos os tempos, portanto já era esperada uma pequena redução para este ano.
Mesmo com a previsão de redução, a safra capixaba para 2023 ainda será uma das maiores já registradas. As perdas no Conilon foram mitigadas graças ao uso das boas práticas agrícolas, principalmente, pela utilização da prática de irrigação nas lavouras.
PAPEL DO CAFÉ NA ECONOMIA CAPIXABA
Durante discurso, Ricardo Ferraço falou sobre o papel do café na economia do Estado. “O café Conilon é uma realidade, levando tecnologia, inovação e desenvolvimento para o interior do nosso Estado. Sabemos dos cuidados com a lavoura, por isso nossos profissionais do Incaper estão no dia a dia, sol a sol ao lado do produtor rural, transferindo informações e conhecimentos. Essas são ferramentas fundamentais para superação dos nossos desafios” – pontuou.

CERIMÔNIA
A cerimônia de abertura simbólica da colheita do conilon aconteceu no Sítio Soraya, na localidade de Córrego das Araras. Na ocasião, o Incaper também ofereceu aos produtores rurais uma palestra técnica sobre a qualidade na produção do café conilon.
Além do governador em exercício e secretário estadual do Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, também participaram da cerimônia o secretário estadual da Agricultura, Enio Bergoli, o prefeito de Jaguaré Marcos Guerra, o vice-prefeito Elder Sossai, e outras autoridades estaduais, regionais e municipais. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Vice-Governadoria).
Polo de processamento e industrialização de café
Ricardo Ferraço destacou, durante a cerimônia em Jaguaré, que, além de ser o maior produtor do País, o Espírito Santo está se transformando no maior polo de processamento e industrialização do café Conilon.
“Não queremos apenas ficar exportando o café verde, mas queremos também industrializá-lo para gerar maior valor agregado para o Estado. Não é sem razão que as indústrias de café estão vindo para cá em função da nossa condição logística e pela posição geográfica. Estamos atentos para que os elos da cadeia do café Conilon possam se fechar. O governador Renato Casagrande me delegou a tarefa de cuidar do desenvolvimento e não há como fazê-lo sem olhar para a agricultura, que é uma força econômica e fonte de estabilidade social” – disse.
O secretário da Agricultura Enio Bergoli lembrou que o Espírito Santo é uma referência nacional e mundial na produção de café, sendo responsável por três a cada quatro sacas de conilon produzidas no País. “Somos o único estado do Brasil que produz, em quantidade e com qualidade, as duas espécies de café que são consumidas no mundo. E este momento de início de colheita é muito importante para o Estado, já que a cafeicultura capixaba gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, e está presente em mais de 75 mil das 108 mil propriedades agrícolas do Estado” – afirmou.
No ano ado, a área do Conilon no Espírito Santo foi de 259.174 hectares, o que rendeu uma média de 47,7 sacas por hectare. Para este ano, a previsão é de 261.921 hectares e 43,8 sacas por hectare.
Programa de desenvolvimento sustentável da cafeicultura
Para nortear as atividades da cafeicultura capixaba e aumentar a produção com sustentabilidade, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, lançará na próxima semana o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura. O plano conta com a participação de representantes dos diversos elos que compõem a cadeia produtiva do café no Estado.
O programa é estruturado nos eixos de governança, sustentabilidade, tecnologia, social e agregação de valor, visando inserir o Espírito Santo como uma das principais origens de cafés no mundo, sendo reconhecido como referência em produtividade e bem-estar das famílias produtoras.
Além das novas estratégias que estão sendo traçadas por meio do programa, o Estado já dispõe do maior portfólio tecnológico de Conilon no mundo, com um estoque de tecnologias disponíveis e recomendadas pelos órgãos técnicos para o alcance destas metas.
Foto do destaque: Léo Júnior – Vice-governadoria/Divulgação