A erosão marinha está preocupando moradores e pescadores de Barra Nova Norte e de Barra Nova Sul, na parte sul do litoral de São Mateus. O problema se agravou nas últimas semanas com o avanço mais intenso do mar, com as já previstas fortes marés dos meses de março e abril. O problema foi relatado primeiramente à Reportagem pelo vereador Cristiano Balanga, que buscou junto à Prefeitura ações, a princípio emergenciais, para evitar destruição nas comunidades.
“Isso prejudica os pescadores, o translado de uma comunidade para outra, afeta casas e está derrubando árvores devidamente a esse fenômeno que acontece todos os anos. A comunidade está pedindo à Prefeitura, via cobrança do vereador Cristiano Balanga. Assim, o prefeito Marcus Batista está desempenhando, está fazendo a demanda acontecer, está providenciando o serviço com maquinário, com pedras maiores para fazer a contenção dessa região pesqueira” – disse o vereador.
O parlamentar afirmou também que, para o período após a incidência das fortes marés, solicitou o desassoreamento da boca de Barra Nova para permitir o o dos pescadores ao mar, algo que aponta não estar acontecendo, “já que os bancos de areia estão fechando”.
“O avanço é mais intenso em março e abril”, diz a presidente de associação de Barra Nova Sul
Presidente da Associação de Pescadores, Moradores e Marisqueiros de Barra Nova Sul, Cláudia Monteiro frisou que o avanço do mar se agrava anualmente, mas de forma mais intensa nos meses de março e abril. “Então esse ano foi mais forte. A gente tem uma pousada que a churrasqueira próxima dela está praticamente indo embora. Então a gente tem esse problema todos os anos e neste ano foi mais [intenso]”, declarou.
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Diante dessa situação, Cláudia disse que procurou o vereador Cristiano Balanga, que acionou o prefeito Marcus. Ela relatou também que foi realizada uma reunião com o chefe do Executivo, e a partir daí, foi iniciado um trabalho para amenizar o problema para a colocação de pedras maiores. Conforme Cláudia, as máquinas começaram a chegar na terça-feira (1º) na localidade.
“A maré tira pedra e a gente coloca”, conta o presidente de associação de Barra Nova Norte
Presidente da Associação de Moradores, Pescadores e Artesãos de Barra Nova Norte, Allan Furieri entende que a situação na localidade está ainda mais grave que em Barra Nova Sul. “[A maré] não chegou a derrubar casas porque a gente interveio. Desde a semana ada, a maré tira pedra e a gente coloca”, disse.
Allan reforçou que a situação em Barra Nova Norte está complicada demais. “A gente teve o azar da foz do rio ir muito ao norte e ficar em frente às casas. Nós amos na última semana por um período de maré muito alta, o começo das marés de abril. Então, a variação do mar estava muito alta e está de frente às casas e com as ondulações também muito altas. Aí ou por cima das contenções e acabou fazendo estrago” – explicou.
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O presidente da Associação de Moradores de Barra Nova Norte frisou que a Prefeitura já havia enviado máquinas, na terça-feira (1º), para um trabalho de contenção em Barra Nova Sul. Mas, salientou que os trabalhos ainda não haviam começado em Barra Nova Norte. Ele detalhou que o local onde a maré avança é conhecido como Morro do Sabiá.
Prefeitura realiza ação emergencial
Secretário municipal interino de Obras, Edivaldo Permanhane confirmou que a Prefeitura de São Mateus iniciou um trabalho emergencial para contenção na região afetada pela erosão marinha. “A gente está fazendo jogando pedra lá, um serviço bem feito dentro do alcance da Prefeitura”, relatou.
Permanhane acrescentou que não tem previsão para o término do trabalho, sendo que as primeiras máquinas foram encaminhadas na terça-feira (1º). Conforme o gestor, a contenção com pedras grandes será feita nas áreas afetadas.
O secretário justificou também que, “para um trabalho definitivo, será necessário o apoio do Governo do Estado”.
Problema de décadas
Secretário municipal de Meio Ambiente, Welington Secundino relatou que o avanço da maré na região de Barra Nova acontece há décadas. Ele explicou que a boca de Barra Nova não existia e foi aberta na década de 1940. “Infelizmente, foi uma ação do homem, mas não previu esses transtornos”, salientou.
O secretário destacou que esse problema da erosão marinha se intensifica nesse período do ano, quando são registradas as marés mais fortes. “Em mudança de Lua acontecem esses problemas e nestes meses ela [a fase da Lua] é mais intensa. Tem uns 15 dias que piorou a situação”, reforçou.
Welington Secundino entende que uma solução mais definitiva seria um enrocamento (técnica de proteção de taludes e margens de rios) a partir de um estudo oceanógrafo. “É um investimento muito pesado. O Governo do Estado e o Governo Federal têm que abraçar [a demanda]” – disse.
O secretário salientou também que a Prefeitura está fazendo um trabalho paliativo com a colocação de pedras, o mesmo realizado em outras gestões. “Nós tivemos lá no sábado [29 de março], junto com a Secretaria de Defesa, constatamos o problema, amos para o prefeito e para a Secretaria de Obras”, detalhou.
Welington Secundino relatou que o prefeito Marcus Batista está preocupado com a situação e tem levado o problema para outras autoridades do Estado.
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