domingo, junho 8, 2025
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Doenças intestinais são mais comuns a partir dos 28 anos e têm relação genética, afirma cirurgião geral

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EM ENTREVISTA À TC, ARMANDO QUIMQUIM EXPLICA AS POSSÍVEIS CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTOS PARA PATOLOGIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL

 

Por

Tatiana Milanez

Repórter

 

São Mateus – As doenças inflamatórias intestinais são enfermidades que afetam o trato gastrointestinal e que levaram 170 mil pessoas à internação nos últimos dez anos no Brasil, um aumento de 61% na comparação de 2015 com 2024. Os dados são de um levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SB) com base em informações do Sistema Único de Saúde (SUS). Cirurgião geral com especialização em cirurgia do aparelho digestivo, Armando César Saconi Quimquim explica, em entrevista à Rede TC de Comunicações, que essas patologias geralmente se manifestam em pessoas a partir dos 28 anos e que têm relação com componentes genéticos.

Doenças intestinais são mais comuns a partir dos 28 anos e têm relação genética, afirma cirurgião geral. -Foto: Tatiana Milanez/TC Digital

De acordo com o médico mateense, as causas e origens das doenças que acometem o trato gastrointestinal ainda não estão bem definidas. Ele esclarece que se trata de uma manifestação do sistema imunológico do próprio indivíduo no intestino grosso. “Não existe uma causa definida. Sabe-se que está relacionada com a parte genética. Não existe um agente etiológico [causador], tipo uma bactéria ou um vírus transmissor. É uma reação imunológica do indivíduo cujo alvo é o intestino grosso.” – reforça.

Segundo o profissional, existem dois tipos de doenças intestinais inflamatórias: a retocolite ulcerativa –a mais comum– e a doença de Crohn, que, conforme Armando Quimquim, são muito parecidas. “São doenças crônicas, que se manifestam geralmente após os 28, 30 anos. É mais comum a incidência a partir dessa faixa etária. É mais comum em pacientes da cor parda ou preta, mas também pode acometer os brancos” – frisa.

 

Diarreias e dores abdominais são os sintomas mais frequentes

 

São Mateus – O cirurgião geral Armando Quimquim detalha que os sintomas mais comuns das doenças inflamatórias intestinais são diarreias e dores abdominais. “Muitas vezes, a diarreia vem acompanhada de sangramento e também de eliminação de muco pelas fezes, além da maior frequência de evacuações e de dias evacuando. Ao perceber esses sintomas, esses incômodos, é aconselhável buscar esse tratamento imediatamente” – enfatiza.

Segundo o médico, a intensidade do problema pode variar de uma pessoa para outra. Alguns vão ar pela doença de forma mais branda, outros de forma mais grave. Nestes casos, são normalmente realizadas cirurgias para tratar o problema ou até mesmo a retirada do intestino grosso.

“Os fatores que agravam as doenças são desconhecidos, mas uma dieta mais pobre, uma dieta não tão saudável, com muitos conservantes, acaba exacerbando os sintomas. O ideal é uma alimentação mais correta, equilibrada, para alguma melhora dos sintomas, no caso dos que já têm essa predisposição” – explica.

De acordo com Armando Quimquim, a alta incidência de doenças inflamatórias está relacionada ao aumento populacional, ou seja, a população cresce, naturalmente a quantidade de pessoas com essas enfermidades também expande.

 

ESPÍRITO SANTO

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), os pacientes com doenças intestinais recebem o diagnóstico nas unidades de saúde, onde acontece o tratamento. “Caso seja necessário o acompanhamento de especialistas, são agendadas consultas com esses profissionais”.

A Reportagem demandou a secretaria para apurar o número de internações por inflamações intestinais no Espírito Santo nos últimos anos, mas a Sesa afirmou que não possui esses dados.

Por meio de nota, o órgão estadual salienta que o Hospital Estadual Dr. Dório Silva, na Serra, é a referência no tratamento e acompanhamento das doenças inflamatórias intestinais e que atualmente uma média de 240 pacientes estão sendo acompanhados na unidade hospitalar com essas enfermidades.

 

 

 

 

PERFIL

 

Armando César Saconi Quimquim, 60 anos, é formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) na turma de 1989. Fez residência em cirurgia geral pela Santa Casa de Misericórdia em Vitória. Atua em São Mateus desde 1993, na área de cirurgia geral, trabalhando também com endoscopia, tanto a digestiva alta como baixa, assim como endoscopia das vias biliares e também broncoscopia, que trata dos pulmões. É cirurgião geral com especialidade em realização de cirurgia do aparelho digestivo.

 

 

 

 

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