Por
Tatiana Milanez
Repórter
Incêndios, queimaduras, quedas, entre outras intercorrências podem ocorrer em casa, no conforto do lar e quando menos as pessoas esperam. Por isso, a prevenção, a atenção na rotina e algumas técnicas são fundamentais para evitar acidentes domésticos, como o que ocorreu no domingo (18) com um adolescente de 15 anos em São Roque do Canaã, que teve 25% do corpo queimado ao tentar acender a churrasqueira com álcool. Em entrevista à Rede TC de Comunicações, a capitã Carla Andresa Nascimento Silva, do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), afirma que situações como essa podem ser prevenidas com mudanças nos hábitos e cuidados preventivos.
“Ao acender uma churrasqueira, por exemplo, o ideal é não usar líquido inflamável como álcool e gasolina, que são extremamente inflamáveis. Existem alguns [produtos] que são próprios para acender churrasqueiras, menos explosivos. Esses são indicados e podem ser facilmente encontrados” – explica.
Segundo a capitã, outra opção segura são os acendedores elétricos, ou seja, os que não têm contato com líquido inflamável. “O óleo de cozinha e o papel higiênico são seguros, mas o brasileiro não é muito paciente para usar, porque esse produto [o óleo de cozinha] é lento para queimar. Acendedores sólidos, parecidos com fósforo, também são uma boa opção” – exemplifica.

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Conforme Carla Andresa, esses tipos de acidentes envolvendo álcool e outros produtos altamente inflamáveis são muito comuns no Espírito Santo. A Reportagem buscou, inclusive, dados de atendimentos a ocorrências de acidentes domésticos no Estado, mas o Corpo de Bombeiros, por meio da Assessoria de Imprensa, afirmou que não compila esse tipo de dado porque “são muito diferentes da realidade, já que muitas ocorrências não são atendidas pelo CBMES”.
Verificar se existe vazamento é o primeiro o para trocar a botija de gás com segurança
Acidentes domésticos, como explosão causada por vazamento de gás de cozinha, são perigosos, muitas vezes fatais e podem ser evitados por meio de técnicas simples e eficientes, como explica à Rede TC de Comunicações a capitã Carla Andresa Nascimento Silva, do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES). Ela salienta que, ao efetuar a troca de botija de gás, é importante que a pessoa verifique primeiro se existe vazamento.
“É preciso fazer espuma com sabão usando uma bucha umedecida ao trocar a botija e, se houver bolhinhas no local, é porque tem vazamento. Nunca tentar testar se existe vazamento com isqueiro, mas por que é necessário checar? Porque o gás, caso acumule em ambiente fechado em excesso, pode provocar uma explosão” – afirma.
Ainda de acordo com Carla Andresa, uma substância a base de enxofre é adicionada ao gás de cozinha para gerar o cheiro habitual. “O cheiro é para sabermos que está vazando. Se sentir o cheiro de gás, não pode acender nada, nenhuma lâmpada, nem ligar eletrodomésticos, porque tudo isso é fonte de ignição e, se o gás estiver concentrado, pode haver uma explosão. É muito perigoso. Condicionar a botija dentro de armários também não é aconselhável. O gás pode acumular nesse primeiro ambiente fechado. Manter a botija do lado de fora da cozinha, em área externa, é o ideal” – sustenta.
Segundo a capitã, o clik e a mangueira usados nas botijas têm validade de cinco anos. A troca periódica, acrescenta, é necessária.
“A parte elétrica das residências precisa de revisão a cada dez anos”
De acordo com dados do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, (CBMES), entre abril de 2024 e abril de 2025 o Estado registrou 1.662 incêndios estruturais, sendo que 663 casos aconteceram em residências. Para que ocorrências como essas não se repitam, a capitã Carla Andresa Nascimento Silva, do CBMES, orienta que a parte elétrica das residências precisa de revisão a cada dez anos. Além disso, ela salienta que fios expostos, equipamentos com indícios de defeito, com muito barulho ou superaquecimento, por exemplo, devem ser trocados.
“Nunca sobrecarregar tomadas, pois isso também causa superaquecimento e pode provocar incêndio. Esse constante cuidado é importante porque a maior causa dos incêndios é de causas elétricas” – frisa.
“Com o ar dos anos vamos adquirindo inúmeros eletrodomésticos novos como fritadeira, micro-ondas, entre outros, e o cálculo das residências antigas não foi feito na fiação para ar esse monte de equipamento, sendo importante fazer essa revisão, chamar o eletricista, ver se precisa instalar algum dispositivo de proteção, que são os disjuntores que detectam essas sobrecargas para evitar que aconteçam incêndios” – complementa a capitã.
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