Os produtores de café conilon do norte do Espírito Santo preveem uma boa safra do grão neste ano. As primeiras lavouras começaram a ser colhidas na semana ada e devem terminar em cerca de dois meses, ou seja, no final de junho. As informações são dos presidentes dos sindicatos rurais de Jaguaré, Gedson Salarolli, e de São Mateus, Renilto Correia.
“Quem começou já observa que quase não tem a quebra [do grão], pensamos que teria por conta do Sol. Está rendendo bem no pé e com o café está com peso bom. Excelente esse início de colheita. Estamos com uma expectativa muito boa esse ano” – afirma Gedson.
De acordo com ele, normalmente a colheita dura cerca de dois meses. “Esse ano, graças a Deus, está bem positivo. O preço [do café pilado] deu uma abaixada, mas já reagiu. O que venho falando é que o produtor rural em toda safra sempre falava o seguinte: no ano que vem vai ser melhor, e graças a Deus, esse ano chegou. O grão está bem grande com um preço bom e bom rendimento no pé de café” – salienta.

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Ainda segundo Gedson, a modalidade do café colhido à mão e ensacado –que o produtor paga ao trabalhador pela unidade de saco coletado-, representa em torno de 15% da produção do grão em Jaguaré. “Já os que optam pelo uso da colheitadeira, a máquina com o uso de lona, onde [sic] o trabalhador é contratado para o que chamamos de ‘desramar’, esse formato representa cerca de 60% nas propriedades de Jaguaré. Já a totalmente automatizada, sem uso de lonas, com apenas um operador de máquina, está crescente em Jaguaré. Acredito que existam umas dez máquinas dessa na nossa região” – sustenta.
PREFERÊNCIA PELA MÁQUINA
Gedson também explica que a colheita automatizada necessita de mudanças desde o plantio da lavoura para ser utilizada. “Hoje as grandes quantidades de pés de café que estão sendo plantadas em Jaguaré estão específicas para essas máquinas. Vamos supor que um produtor que colhe 150 sacas de café por hectare com a safra tradicional, colhendo à mão, de forma mais caprichada que não machuca muito o pé de café, está acabando. O produtor prefere colher na máquina mesmo com um rendimento menor, mas o custo compensa” – exemplifica.
Mesmo com altas temperaturas, produção de café é maior que em outros anos, pontua Renilto Correia
O presidente do sindicato rural de São Mateus, Renilto Correia, relata que alguns produtores também começaram a colheita no Município há alguns dias e afirma que, tem termos de rendimento de grãos, a safra neste ano será maior, mas faz uma ponderação. “Mas quando vai para a pila a produção pode ser pequena, ou seja, vamos precisar de mais café maduro para fazermos uma saca de café por conta das altas temperaturas que tivemos e muitos grãos ficam ‘chochos’ [sem recheio]” – detalha.

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Na opinião de Renilto, a produção de café é visivelmente maior neste momento, no entanto, ao pilar, o fruto está com quebra, ou seja, com rachaduras ou fraturas. “Alguns produtores estão falando em torno de 20% a menos que no ano ado. Creio que deve ter essa perda” – estima.
De acordo com Renilto Correia, a colheita em São Mateus também está ando por uma transição na forma de colher o café. Conforme o presidente do sindicato, a maioria dos produtores colhe com máquinas e esse processo dever durar cerca de dois meses.
“Nesse período de safra, nós damos cursos pelo Sindicato para orientar os produtores que colhem com máquinas. A cada ano a tendência é aumentar o uso, tanto da automotriz, que é máquina que colhe sobre o pé de café sem uso de lona, mas que precisam de roças preparadas quanto para a colhedora que usa lona, bate o café, mas precisa de mão de obra contratada. A nossa preocupação enquanto sindicato é que a pessoas estejam treinadas através dos cursos para evitar acidente” – reforça.

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