domingo, junho 8, 2025
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Após reconhecimento nacional, forró abre luta para se tornar patrimônio da humanidade

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O forró teve mais uma importante vitória conquistada no cenário cultural nacional. Em reunião no dia 9 de dezembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan também elegeu o forró como um super gênero musical, por reunir ritmos nordestinos, dentre eles, xote, xaxado, baião, chamego, quadrilha, arrasta-pé e o pé-de-serra. E a Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, é considerada referência nacional e internacional do pé-de-serra.

Mas a luta não para por aí. Proprietária do Bar Forró, na Vila de Itaúnas, Juliana Matos destaca que os objetivos do movimento forrozeiro continuam no sentido de levar o forró a ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Esta declaração é feita pela Unesco, que é a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

“O forró de Itaúnas foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Espírito Santo neste ano. É uma grande alegria colaborar para o forró ganhar o título de patrimônio cultural do Brasil.

Juliana Matos: “É uma grande conquista de reconhecimento para o trabalho de todos aqueles que vivem do forró”.
Foto: Divulgação

Para nós, que trabalhamos exclusivamente com esse gênero, é uma grande conquista de reconhecimento pelo trabalho de todos aqueles que vivem do forró. E agora, apostar nas políticas públicas voltadas para o segmento” – destaca Juliana.

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O Barro Forró realiza anualmente o Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit). “O único evento no mundo exclusivo de Forró pé-de-serra onde estamos buscando novos talentos e novas músicas! Evento ímpar. No mês de julho conseguimos reunir um enorme número de forrozeiros do mundo todo” – exalta.

 

Título traz conquistas de políticas públicas

Conceição da Barra – Para a empresária Juliana, o título de Patrimônio Cultural do Brasil oportuniza a chegada de políticas públicas voltadas ao segmento do forró, além de reconhecimento para os artistas e para as casas que vivem do gênero.

“Ter voz para poder trazer o forró em todos os eventos. Desde reconhecimentos autorais até os cachês” – sustenta, apontando que a conquista pode reverter também na valorização econômica, como uma melhor remuneração aos músicos.

Juliana salienta que também pode reabrir as portas para o forró de raiz em grandes eventos. Ela cita que na festa de São João, por exemplo, já estão trocando o forró por sertanejo, brega e até o funk.

 

Fórum Nacional do forró será realizado no ES em 2022

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O documento do Iphan que declara as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentado ao Fórum Nacional de Forró Raiz e no Encontro Nacional de Forrozeiros, realizados em conjunto nesta semana em João Pessoa (PB).
Uma delegação capixaba esteve presente.

Coordenador do Fórum de Forró Raiz do Espírito Santo, Isnaldo Pereira (de óculos) integrou uma comitiva capixaba no Fórum Nacional realizado nesta semana em João Pessoa.
Foto: Divulgação

Além do coordenador do Fórum de Forró Raiz do Espírito Santo, o mateense Isnaldo Pereira, estavam na Paraíba integrantes do Trio Fogumano, DJ Kabelo, o idealizador do Fenfit Paulo Matos (esposo de Juliana), Eduardo Lyra (Trio Lubião), a professora de dança Camila Honório, a produtora Larissa Martinelli.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, Isnaldo disse que o secretário estadual de Cultura, Fabrício Noronha, e o gerente do Sistema Estadual de Cultura, Herialdo Marcos Rosário Plotegher, também participaram no evento.

O Fórum começou na segunda e foi encerrado na quarta-feira. Já o Encontro Nacional de Forrozeiros começou na quinta e prossegue nesta sexta-feira. Isnaldo detalha que o Espírito Santo foi escolhido para sediar o Fórum Nacional de Forró de 2022, sendo que o local ainda será definido.

No entanto, forrozeiros no norte capixaba torcem para que a programação seja realizada na Vila de Itaúnas. “Ainda não sabemos, mas estamos torcendo para que seja aqui, pois, no Estado, aqui é a capital do forró”, comenta Juliana Matos.

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EDITAIS DE CULTURA

O coordenador do Fórum de Forró Raiz do Espírito Santo, Isnaldo Pereira destaca ainda que o reconhecimento do Iphan beneficia toda uma cadeia produtiva que envolve música, dança, pessoas que confeccionam produtos, entre outros.

“Novas portas que se abrem para esta nação forrozeira que há anos buscava este título pelo Iphan”, afirma.

Isnaldo exemplifica que os envolvidos no forró pé-de-serra podem, a partir de 2022, inscreverem projetos para concorrerem a editais do Governo do Estado na categoria de patrimonial imaterial.

Conforme lembra, para tanto, era necessário o reconhecimento do Iphan.

 

UNESCO

Isnaldo Pereira destaca ainda que o movimento forrozeiro do País já está em busca de s para pleitear o reconhecimento do forró como Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade.

Tal como o reconhecimento nacional, esse trabalho também envolve pesquisas. Neste cenário, a empresária Juliana enaltece todo o estudo já realizado pela estudiosa e amante do forró, a nordestina Joana Alves.

 

Foto do destaque: Divulgação

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